quinta-feira, 10 de março de 2011

Paulo Freire e o romance do violeiro


Paulo Freire aprendeu a tocar viola no sertão do Urucuia, Minas Gerais. Largou a Faculdade de Jornalismo em 1977, e depois de ler o livro Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, foi embora para o Urucuia, querendo saber qual era o som desse grande sertão. As experiências pelo país nesses mais de 30 anos dedicados à viola são relatadas em forma de romance no livro Jurupari
Embora não seja uma autobiografia, a publicação traz muitas cenas e "causos" vividos por Freire. A história começa quando um jovem violeiro em formação decide sair de casa, no litoral de São Paulo, para tentar desvendar um sonho recorrente. O rapaz cruza o Brasil a pé, de ônibus, barco, caminhão - de tudo quanto é jeito -, sendo guiado pelos mitos, pela música e pela descoberta do amor. 
Paulo Freire sempre gostou de ouvir e de contar histórias, uma tradição em família herdada de um tio-avô e do pai, o sociólogo Roberto Freire. Segundo ele, a mitologia brasileira é muito rica, mas a gente conhece pouco. E o personagem do livro Jurupari leva para perto do público as experiências do compositor e "contador de causos" recolhidas nos quatro cantos do país. A explicação é uma só: "não basta ao violeiro ficar estudando o instrumento numa sala de aula fechada. Pra tocar viola você tem que colocar o pé no riacho, ficar mais descansado, sentir o cheiro de café no coador de pano, se jogar pelo Brasil e encontrar os grandes mestres".

fonte: www.culturabrasil.com.br

Um comentário:

  1. nenhum artista se faz em salas fechadas.. é preciso ar puro e coração aberto pra sentir a essência das coisas e a essência de si para transformas as essências em música e poesia... Guimarães Rosa é sinônimo de inspiração...

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