sexta-feira, 25 de abril de 2008

da guiter à vihuela

No século XIII registra também a utilização de um instrumento denominado guitern, de pequenas dimensões, corpo, braço e cravelheira esculpidos em um único bloco de madeira, com três cordas de tripa afinadas em intervalos de 3ª e 4ª. Considerado o antecessor medieval da guitarra.

A partir do séc XIV desenvolve-se na europa a polifonia (ação conjunta de diferentes melodias superpostas, resultando em um todo harmonioso).

Os instrumentos musicais que apresentavam potencial harmônico com possibilidades técnicas para o desenvolvimento polifônico foram ocupando lugar de destaque.

O velho alaúde árabe introduzido na Península Ibérica por volta do séc XII, provavelmente trazidos pelos cruzados, surge como grande instrumento para a prática polifônica.

O alaúde medieval dos séc XIV e XV apresenta formato de meia-pêra, fundo convexo, braço dividido entre nove e dez trastes de tripa contando inicialmente com quatro depois cinco ordens de cordas duplas e simples tocadas com palhetas.

Por volta da metade do século XV, ganha mais um par de cordas, somando seis ordens sendo cinco duplas e uma simples.

Renascença

No século XVI, na Espanha, surge a vihuela. Instrumento em forma de oito, que substitui o alaúde, de origem árabe. Dizem historiadores que por causa dos preconceitos que os músicos mouros sofriam naquele país, os músicos europeus transformaram o instrumento.

Usada principalmente na Espanha, a vihuela ficou conhecida também na Itália e Portugal com o nome de viola.

A palavra viola foi aplicada a vários instrumentos de cordas. Vihuela de arco (tocada com arco), vihuela de peñola (tocada com uma pena que servia como uma espécie de palheta) e vihuela de mano (tocada com os dedos). Mas a denominação vihuela referia-se geralmente à vihuela de mano. Ela apresenta semelhança com o alaúde no que respeita à utilização de pares de cordas (ordens), trastes móveis e afinação. Diferenciava-se somente pela caixa de ressonância em formato de oito.

Em Portugal, a partir de meados do séc XVI, um instrumento com a característica forma de oito, de caixa alta, boca redonda, braço de médio tamanho, com dez cordas agrupadas em cinco ordens duplas, presas em um cavalete colocado sobre um tampo, encontra-se amplamente difundido. Designado correntemente de viola, sua utilização generaliza-se em contextos mais populares, em festas rurais e de ruas.

Nessa época multiplicaram-se os livros de música para vihuelas. Desenvolveu-se a tablatura (italiana e espanhola) e as cifras (francesa).

No século XVII, talvez devido a uma conversão técnica desses instrumentos, um grande número de instrumentos podem ter sido adaptados como guitarras de cinco ordens.

Considerado o instrumento preferido dos grandes polifonistas espanhóis do séc XVI, a vihuela foi usada para a execução de peças complicadas até danças populares, canções acompanhadas e transcrições de obras vocais sacras.

Os vihuelistas espanhóis contribuíram muito para o desenvolvimento da linguagem musical do século XVI. Desenvolvimento de um estilo instrumental próprio, uso sistemático da escrita musical de tempo, criação de um repertório para o instrumento, desenvolvimento de um sistema tonal e de um estilo harmônico para o canto de acompanhamento.

Vihuela se torna o principal instrumento da península ibérica no período.

terça-feira, 22 de abril de 2008

mais uma do Led

Oi pessoal,

durante a pedalada Bahia 2007, onde rumei em direção à Chapada Diamantina, fiz esta música enquanto seguia pedalando tendo como companhia, além da viola, o rio Paraguaçú.

Espero que esteja acessível a todos (essas coisas da tecnologia !!!)

http://cid-acc43c3305b13161.skydrive.live.com/self.aspx/P%c3%bablico/na%20baira%20do%20paragua%c3%a7u%20trilha.mp3

foi gravado com um microfone muito ruim... mas a intenção é das melhores...

uma passadinha

olá pessoas,

enquanto as pesquisas se solidificam, vocês podem conferir a apresentação do Led no Encontro de Violeiros, realizado em 01/abr/2008, em Camboriú. Abaixo o link no youtube
inté

http://www.youtube.com/watch?v=_1kh17UruaU

terça-feira, 15 de abril de 2008

A História da Viola

Olá pessoal,
tenho realizado pesquisas sobre a história da viola e estarei disponibilizando aqui, em capítulos. Abaixo já está a primeira parte: como tudo começou.
Até mais.



A história

No começo se fez a vida neste planeta. Se fez o homem. E o homem começou a fazer, a brincar de deus. Criou e descobriu coisas. Entre elas a música.

O primeiro instrumento que ele descobriu foi o corpo, a voz.

Depois começou a bater nas coisas. Troncos, pedras, madeiras. Descobriu timbres diferentes, toques diferentes. Surgiu a percussão.

Uma antiga lenda diz que Hermes inventou o primeiro instrumento musical de cordas dedilhadas, feito de casco de uma tartaruga e tripas de boi esticadas sobre um longo braço. Apolo, deus grego da música e da arte do arco e da flecha, encantou-se com o som do instrumento, e teria trocado tudo o que tinha por ele.

Talves daí, dos instrumentos de caça, do arco e a flecha, surgiam os primeiros sons. Do arco aprendeu a controlar a madeira e a corda para tirar sons, friccionando a flecha sobre a corda ou somente tocando-a com os dedos. Aprimorou a sua construção, o feitio das cordas, mais grossas, mais finas. Mais resistentes, mais frágeis. Os tipos de madeira. Com isso vieram sons diferentes. Aprimorou a caixa de ressonância. Mais sons poderiam ser feitos.

Enquanto isso a humanidade dominava o planeta. Sociedades complexas se estendiam por campos, montanhas, rios e mares. A humanidade domina a escrita, a matemática, compreendia fenômenos naturais, desenvolvia teorias divinas para explicar suas deficiências.

Já existiam instrumentos de cordas contando com um longo braço, saindo de uma caixa de ressonância.

1500 a. C. semitas trazem da Síria para a europa a Kíthara.

Por volta de 1000 a.C. os hititas (Síria) utilizavam um instrumento de quatro cordas denominado Kinnor. Nessa mesma época, egípcios e hebreus utilizavam um instrumento oval e de braço reto chamado Nebel, assemelhado ao violão.

No antigo Egito surgiam os primeiros cordofones, tangidos com arco ou dedilhados, tendo seus remanescentes recebidos durante a Idade Média e a Renascença a denominação de viola.

Destacam-se duas hipóteses para a origem da viola: a de que esteja ligada ao alaúde árabe levado à Espanha e/ou de descendência de um instrumento de origem greco-romana.

Kíthara: trazida da Síria pelos semitas por volta da 1500 a.C., acredita-se que a kíthara grega tinha de cinco a 18 cordas e era tocada com palheta. Com a dominação do Império Romano, o instrumento passou a ser chamado de cítara romana, levada à Península Ibérica pelos romanos na metade do séc I d.C.

O desenvolvimento das ferramentas e da matemática fez com que o homem criasse uma variedade grande de instrumentos musicais. Os cordofones foram se diferenciando.

Durante a ocupação moura na Europa (séc VIII) os otomanos auxiliaram muito no desenvolvimento da Europa. Desde astrologia, arquitetura, matemática, medicina, artes em geral. Além do alaúde, os mouros levaram o pandeiro para a europa.

Com os mouros na Espanha, iniciou um lento processo de convívio onde a cítara romana e o alaúde árabe que se influenciaram mutuamente. A guitarra mourisca e a guitarra latina.

Guitarra mourisca: da família dos alaúdes. Apresenta caixa de ressonância com fundo côncavo, com três ordens de cordas duplas tocadas com palheta.
Guitarra Latina: derivada da khítara grega. Com fundo plano, com quatro ordens de cordas duplas e tocada com os dedos.

continua...

quinta-feira, 10 de abril de 2008


JOSE DIAS NUNES, nasceu dia 13 de dezembro de 1934 na cidade Monte Azul distrito de Montes Claros, norte de Minas Gerais, foi criado em Araçatuba, São Paulo, e como Ele mesmo dizia, aprendeu a tocar em uma viola branca em 1951. Antes de ser Tião Carreiro teve outros nomes artísticos: Zezinho (Zezinho e Lenço Verde), Palmeirinha (Palmeirinha e Coqueirinho/Palmeirinha e Tietezinho), inclusive sua esposa Dona Nair o chamava carinhosamente por esse nome quando estive em sua casa, Lenço Branco (Lenço Branco e Lenço Preto), Zé Mineiro (Zé Mineiro e Pardinho) primeiro nome da dupla com o Pardinho. Cantava em circos quando Carreirinho o "descobriu" e Ele veio cantar em São Paulo. Foi quando conheceu Teddy Vieira que o "batizou" com o nome definitivo, TIÃO CARREIRO, e com o Pardinho gravou o primeiro disco, um 78 rotações com as músicas: Urutu Cruzeiro (Carreirinho - Paulo Calandro) (primeira gravação do Tião), Resposta do Bombardeio (Celso Duarte - Moacyr dos Santos), Cavaleiros de Bom Jesus (Teddy Vieira - João Alves Mariano) e Punho de Aço (Teddy Vieira - Pereira), ao todo foram 18 discos de 78 rotações, inúmeros compactos simples, 55 Lps e 54 Cds, seu último álbum foi "O Fogo e a Brasa"(1992) com o Praiano e sua última gravação foi a participação especial em uma música da Jayne com titulo de "Viola e Paixão"(1993), autoria de Carlos Cesar. Tião Carreiro e Pardinho que foi a dupla mais constante, encenaram também duas peças teatrais, "O Mineiro e o Italiano" um melodrama baseado na musica e "Pai João" o drama de um velho carreiro, e gravaram o filme "Sertão em Festa", que teve grande sucesso. As outras duplas do Tião foram com: Carreirinho, Paraíso e Praiano. O pagode foi criado pelo Tião "sozinho"como Ele mesmo dizia, em 1958 na cidade de Maringá PR, com um gravador fez o batido do violão e depois o da viola, tocou a fita para Lourival dos Santos e Teddy Vieira ouvirem, Lourival consagrado compositor disse: "Isso parece um Pagode", e estava "batizado o novo ritmo", pagode lá pros lados de Minas Gerais quer dizer uma reunião, uma festa animada, e foi esse pagode criado por Ele que lhe deu o titulo de "REI DO PAGODE", titulo esse que já mais lhe será tirado e sempre fará com que Ele seja lembrado como "O CRIADOR E REI DO PAGODE SUA MAJESTADE TIÃO CARREIRO". Infelizmente, por força do destino, que nós todos temos na vida Ele se foi dia 15 de outubro de 1993, porque lá no céu também tem Pagode e Violeira das Boas todo dia.

viola e literatura


Em diversos trechos de GRANDE SERTÃO:VEREDAS o personagem principal, Riobaldo, fala da viola e vemos que ele conhecia as famosas viola de Queluz (hoje, Conselheiro Lafaiete) município mineiro que chegou a ter l5 fábricas do instrumento. Hoje, existem numerosas fábricas e também lutierias artesanais e alguns desses artesãos se tornaram conhecidos nacionalmente como, por exemplo, Zé Côco do Riachão.
Felizmente este instrumento está voltando a ser pesquisado e, principalmente, tocado em todo o território nacional e, se a Música Popular Brasileira, por sua beleza e criatividade, conquistou o mundo foi, certamente, a Viola Caipira que ajudou a construir esta Música.

iniciando as atividades

Olá, pessoal

estamos aqui iniciando mais um meio de discutirmos a cultura popular, a música, as mídias, os artístas, as produções, folclores, instrumentos e práticas culturais que nos propomos a pesquisar.

A intenção é que todos façam parte dos diálogos e que participem dando opiniões, comentários, sugestões e colaborem com conteúdos dos mais variados.

A nossa cultura popular, entra aí o folclore, costumes e traqdições das mais variadas, não pode desaparecer por causa da sedução das novas tecnologias e dos fetiches capitalistas. Nossa identidade cultural como povo se fortalece na ação de alguns incentivadores. Pessoas, grupos e instituições que se esforçam para expandir esses costumes.

Fica aqui o convite. Este espaço é de todos.

Hariboo