segunda-feira, 26 de julho de 2010

Afinações

Afinando as ações com a viola no peito, me peguei pensando na afinação que estou usando na minha violinha nova (que continua sem nome...), a afinação conhecida como Rio Abaixo, que é em Sol.
Lendo a respeito, alguns estudiosos (ou curiosos, não sei) da cultura da viola caipira dizem o seguinte: “Dizem que o diabo descia rio abaixo em uma canoa, tocando sua viola em uma afinação que encantava as moças que moravam na beira do rio. Tirava todas do bom caminho. Depois, subia São Gonçalo rio acima, em outra afinação, tocando sua viola e devolvendo as moças para o caminho certo”, (www.angelim.mus.br)
Fiquei pensando... será que tem cabimento? O diabo tocando numa afinação aí e eu tocando nessa afinação ... então seria melhor tocar na afinação do santo... será? Será que a afinação influencia nos meus pensamentos, no meu agir, na minha música? Será que creio nessa crendice?
Continuo aqui pensando... e fico com a crendice de que a viola é divina, como diz a música do Tião Carreiro. Independente da afinação que o violeiro usa, é o violeiro que tem que ter o pensamento ligado em Deus, cantar as coisas da natureza divina, do amor, das gentes simples, das histórias da roça. As lendas das afinações são só lendas que se transformam ao passar dos tempos ... ou não?
Seja a afinação que for, continuo tocando a viola divina e ela me tocando.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Violinha Nova

Minha família de instrumentos ganhou mais uma integrante. A viola Del Vecchio encomendada há meses atrás finalmente chegou. E gostei.
Bom instrumento, sonoridade, braço pequeno, curto, como eu gosto. Acabamento excelente e a captação parece boa (ainda não liguei em uma caixa).
Modelo ponteio cinturada. E desta vez já comprei com um case pois sempre levo meus instrumentos pra onde vou. A viola então... Companheira fiel.
Esta viola vai ficar na afinação Rio Abaixo, pois é uma afinação que gosto muito e quero estudar mais. As outras violas estão em Cebolão (uma em E e outra em D).
Compartilho desta alegria com os leitores do meu blog pois acredito na ligação entre o músico e seu instrumento. Pra mim, não é só um punhado de madeira e metal. Tem uma mágica, um mistério onde o sentimento é traduzido pela música, pelas sonoridades.
Continuo fascinado pelo universo caipira da viola. Raiz brasileira, de sonoridade ambiental, com as simplicidades das nossas gentes.
Viva a viola brasileira. Viva a minha violinha nova. Estou à procura do nome dela. Alguma sugestão?