quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Os instrumentos antigos e a modernidade



Em Florianópolis estive participando de uma palestra com Joaquim Pinheiro, luthie carioca que se dedica a construção de instrumentos antigos. Ele é organizador de um livro (muito legal), publicado pelo Sesc, onde conta a história do violão.

“A História do Violão” tem as fotos e detalhes históricos dos instrumentos que fazem parte dessa fábula. Alaúdes, guitarras, violas, chegando até o instrumento que conhecemos hoje pelo nome de violão.

Na palestra, que faz parte da programação do Festival de Música Contemporânea promovido pela Aliança Francesa, Seu Joaquim nos mostrou como construir um alaúde, instrumento de origem árabe, levado para a Europa na idade média.

Contou de forma detalhada as etapas de produção do instrumento. Mas o que mais me chamou a atenção foi uma informação dada ao final do encontro. “Os pedidos desse instrumento tem aumentado cada vez mais”, disse.

Mesmo um instrumento da idade média, de 4, 5 séculos atrás, muitas pessoas no Brasil estão estudando e querendo tocar e fazer música com o alaúde. “A literatura musical é vasta. Durante alguns séculos este foi o principal instrumento da Europa”, explicou o luthie.

Saí de lá mais tranqüilo e com uma sensação de que continuamos construindo nossa história. Vejo o número crescente de pessoas se dedicando à viola caipira. Ouvi que muitas pessoas estão se dedicando ao estudo do alaúde. Sei que nem tudo é música eletrônica ou de pseudo-bandas pop adolescentes.

Seguimos nosso caminho de fortalecer nossas raízes musicais. Fazendo música com instrumentos construídos por mãos calejadas. Mãos que fazem história junto conosco. Mãos que fazem a arte de transformar madeira em sons. Poesia da modernidade histórica.

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